sábado, 16 de maio de 2015

Para pensar

                  CASAR E MORAR JUNTO 









Casar e morar junto são duas coisas completamente diferentes. 
Não tem nada a ver com seu status no cartório. 
Tem a ver com entrega. 
Você pode casar com todas as honras. 
Dar uma festa linda. Gastar os tubos na Lua de Mel. 
Se mudar com o marido para um apartamento lindo. pronto. decorado. cheio de almofadas em cima da cama… 
Vocês podem ter se casado – mas vão demorar muito pra saber o que é morar junto. 
Acho que existem casais que se casam com pompas, e nunca talvez tenham realmente morado juntos.
 Morar junto é saber dividir. Saber cobrar. Saber ceder. Saber doar. 
Morar junto é dividir as contas e as almas. Morar junto é ter um pilha de louça pra lavar, depois de um dia terrível de 10 horas de trabalho. 
E o outro cantar com você para que, em um karaokê com detergente, o trabalho se torne divertido. 
Morar junto é ter que assistir Homem Aranha no Telecine Action, e se esforçar para achar legal. 
Morar junto é tomar banho junto.Transformar o chuveiro em uma cachoeira. (e o banheiro em um charco) 
Morar junto é ouvir onde dói no outro. Do que ele sente medo. Onde ele é criança. O que o deixa frágil. 
Morar junto é poder chorar sem parar. E ser ouvida. E cuidada. Mas é também rir. E achar graça em alguma coisa, quando o outro está pra baixo. 
Morar junto é fazer contabilidade de frustrações, e saber quando não colocar na conta do outro. 
Morar junto é demorar para levantar. 
Morar junto não precisa de uma casa, e sim de um espaço. 
Quem mora junto geralmente é solidário. 
Casar não. Qualquer um casa. Pra casar basta assinatura e champanhe. 
Casar leva umas horas. 
Morar junto leva tempo. O tempo todo. 
Quando moramos juntos vemos o cabelo dele crescer e ela cortar uma franja. 
Quando moramos juntos viramos adultos aos pouquinhos, dando um adeus doído ao adolescente que éramos. 
Quando moramos junto mudamos junto. E o outro vira um outro diferente com os anos. 
E nós vamos aprendendo a amar aquela nova pessoa, todo dia. 
Até o dia que, talvez, deixemos de morar juntos.

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